Na encosta suave do outeiro
Situa um singelo castelo
Branco com detalhe amarelo
Cortinas de renda nas janelas
Um jardim florido no contorno da esquina
Pequeno Lar de encanto e afeto
Os contíguos chamaram-no
Casa das bonecas
Seu declive não o concedeu
Nenhuma longa vista
Compensada alameda abaixo
Bela reserva ecológica
Manadeiro margeado por buritis
Mesclados com outra variada flora
A casa das bonecas e suas rendas
Serviu-se no privilégio de muitas janelas
Sobre o teto da densa urbe
A varanda assiste no cotidiano
Alba dourada espelhar o dia
Plenúrio prateado alando azul Royal
No acalmar de alguma bátega
O arco íris desenha-se em cores
As rendas franzidas circundam
Caprichados jardins e quintais
Com indiscretas miradas
A casa branca e amarela
Na tardinha do ausente horizonte
Rebate embolado crepúsculo
Na muralha ao fundo de seu horto
Agracia espetáculo de fogo vermelho
Iluminando a orquestrada revoada
De aves recolhendo-se em ninhos
Uma serenata em coral afinado
Uníssonos na batuta da noite
Os acordes finalizam as pautas
Aconchegando o castelo em paz
Mariaga
Arrebol na muralha