No meu leito noturno
Profundo sonhar dinâmico
Uma jornada esplêndida
Transcendi paredes e portas
Deparei-me na varanda
Cortejo oculto senti
Diálogo talvez monólogo
Olhei o céu nebuloso
Escuro e denso cumulonimbus
Vai chover muito
Minha inteligente premonição
Clara lógica evidente
De súbito, abriu-se círculo dourado
Vórtice luminoso no firmamento
Tinindo sonar metálico atordoante
Logo já na cama eu vi
Um corpo leve e elástico
Despindo-se lentamente do meu
Enquanto este permanecia
Tácito adormecido
Incólume sono
Minha mente via-me levitando
Rompendo regras metafísicas
Flutuando em espaços ocupados
Por outros infinitos corpos
No caminho vibratório
Desse irreconhecível estágio
Observava-me racionalmente
Trespassando os arcabouços
Do meu doce lar
Tocava-me intimamente
Agora vívido sentido
Cada obstáculo do roteiro
Texturas e aromas típicos exalavam
Do lambri vigotas caibros tarugos
Molécula por molécula tateada
Tempo lentamente passando
Do incalculável microcosmo amadeirado
Até a terrosa e limítrofe cobertura
Onde meu teto era o sidério
Fui calmamente lançada
À buliçosa atmosfera sem fim
Átomos giravam meu corpo
Confusamente emaranhando
Meus elásticos e leves braços
Deslumbrada e atônita
Vislumbrava minhas mãos
Apertando a travessa da cama
Meu corpo acamado se contorcia
No ar o laço desfeito da camisola
Flutuava fio reluzente prateado
Única ligação ao desespero
Nisso, meus densos braços
Cruzados ao peito pediam
acorda acorda
Ao tempo minha conexão estelar
Encantava-me com íntimas
Partículas incandescentes
Fogo volátil e frígido dissipava
Ao mínimo desnorteado toque
No astral enlouquecida perdia-me
Naquela dança volumosa de brilhos
Beleza e volúpia inconsistentes
Tornaram-me uma pedinte
Desagradecida minha voz bradava
Misericórdia piedade pare
Volta volta... Voltei
Nos ecos daqueles gritos
Em precipício encaixei-me
Angustiada revirada acordei
Mariaga
Gratidão ao mestre poeta, Jacó Filho, por essa bela interação
HABITANDO O ASTRAL
Quando transitava pelo astral,
E percebi que virava um vício,
Por conta dum poder colossal,
Que começava usar por ofício,
Naquela plasticidade universal,
Pra moldar jardins ou edifícios... Quando transitava pelo astral,
E percebi que virava um vício,
Tornar o meu pensamento real,
Através da magia sem artifício,
Naquela plasticidade universal,
Pra moldar jardins ou edifícios...
Sem ver se causava algum mal,
Ou abriria na alma, precipícios, Tornar o meu pensamento real, Através da magia sem artifício,
Por conta dum poder colossal,
Que começava usar por ofício...
Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...
A#M#É#M#
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